quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Curso de Análise Sensorial com Cilene Saorin

No sábado 7 de agosto a ACervA Carioca realizou o II curso de análise sensorial com a Beer Sommelier Cilene Saorin.

A Cilene é mestre cervejeira formada na Espanha e bier sommelier pela Doemens Akademie, na Alemanha.


Olhem que foi fazer o curso também: minha super caneta-polvo


Na parte teórica, dentre outras coisas, a Cilene comentou sobre a criação do Beautiful Beer, movimento surgido em 2005, quando ela veio para o Brasil se apresentar como sommelier de cervejas, tendo com isso sofrido muito preconceito, “já que a cerveja não careceria de sommeliers”.

Ressaltou a importância do nosso papel em mudar esse perfil de falta de sofisticação da cerveja, comentando que a publicidade não precisa ser grotesca como é, com traços tão machistas.

FemAle Lu , Duran e Bomfim


FemAle Talita


Observou a necessidade de não-ser-um-cervo-chato, os quais estão surgindo em todos os lugares.

Até as Lambics a Cilene nos ensinou a descrever. Em vez de “gosto de lixo” e “azeda pra car*%#o” (piiiiii), que tal “essa cerveja tem acidez marcante”?


Pra não afastarmos pessoas do nosso mundo, podemos escolher melhor as palavras. Estamos adotando isso já há algum tempo nesse blog. Em vez de “corpo fraco”, temos escrito “corpo leve”. rs.

A professora desmitificou aquela velha lenda de que na parte inicial da língua sentimos o gosto doce, etc. Na verdade, os gostos básicos são sentidos pelas papilas gustativas, que estão espalhadas na língua, céu da boca e cavidade posterior da boca e nariz.


Ela nos ensinou a preparar um pires com sal, limão, algo bem amargo e outro doce. Isso tudo deve estar no mesmo formato. Exemplo: misturar cada um deles em gelatina sem sabor e água. Fechar os olhos, provar 1 deles por vez e tentar distinguir os gostos básicos. É muito comum misturarmos azedo com amargo, por exemplo.

Sobre a sensação na boca, quando descrevemos corpo, carbonatação, calor, etc, ela explicou que é tudo que não seja aroma e gosto.



Após a devida parte teórica, partimos pra prática. Foram 14 atributos, de um total de 42, escolhidos por problemas recorrentes que ela percebe em 4 anos de avaliação das nossas cervas em concursos.


Mas pra saber sobre isso, só fazendo esse curso de análise sensorial, que vale muito a pena. De resto, treinem e degustem!

FemAles Talita, Tatiana e Lu com a sensacional Cilene Saorin


Saúde!


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Trufas de chocolate com extrato de malte em 1 lição, com Pete Slosberg

Após passar o sábado com a ACervA Carioca, Pete Slosberg, ícone da cerveja artesanal, fundador da Pete's Brewing Company e do Cocoa's Pete, veio à minha humilde cozinha no domingo de manhã, 22 de agosto, para me ensinar a fazer chocolate de extrato de malte.


O extrato utilizado foi o DME, Dry Malt Extract, trazido para o Brasil pela Brazil Ways.

Como não acredito que o segredo seja a alma do negócio, repasso as informações.

Para a brincadeira deliciosa vamos precisar de:

1) 200g de barra de chocolate de ótima qualidade, de preferência com pouco açúcar, como aquelas com não-sei-quantos-porcento-cacau, amargo, etc. Senão, o doce toma conta do sabor do DME.











2) 200g de creme de leite fresco














3) 5 colheres de sopa de DME, aproximadamente (o limite é quando você achar que já não dá mais pra botar);















4) cacau em pó.

















O modus operandi:

O montante de creme de leite deve ser o mesmo de chocolate, por isso pesamos o creme de leite na panela e esquentamos até antes do ponto de fervura.


Enquanto esquenta, partimos a barra de chocolate em pedaços bem pequenos.


Quando o creme de leite fresco estiver aquecido, desligue o fogo e jogue as colheres de DME uma a uma, mexendo sempre e ao mesmo tempo, pra não empelotar. Jogue tanto DME quanto lhe parecer que não dá mais pra botar, por estar já muito pesado.

Pete mexia e eu jogava o DME.

Depois, num pote maior, ponha o chocolate bem picado, leve ao microondas por 40 segundos, para que amoleça um pouco, e depois jogue esse creme de DME. Mexa até o chocolate dissolver por completo. Cubra com um plástico e leve à geladeira até ficar sólido.

Nesse ponto, pegue a mistura com uma colher e faça bolinhas com as mãos. Jogue a bolinha num pote que contenha cacau em pó. Não economize, pois se a bolinha não estiver toda coberta, quando alguém pegar pra comer, o chocolate grudará nas mãos da pessoa (deve ser por isso que brigadeiro tem aquele granulado.rs).


Agora temos boas e más notícias: a boa é que isso fica uma delíciaaaaa! E a má é que, até onde eu sei, o DME não será mais importado. Como aqui todos os cervejeiros já começam a fazer cerveja all grain, o extrato não teve muito sucesso. Mas a criatividade do brasileiro não vai deixar isso atrapalhar. Eu, por exemplo, já estou com ideia de botar bagaço de malte nesse chocolate, ou fazer com o pó do malte bem triturado no liquidificador. O céu é o limite!

Depois é só tentar hamonizar a trufa com uma cervejinha. Aqui tem um guia bem básico, que pode servir de ponto de partida!

Um brinde ao dia de fazer trufas de malte!