sexta-feira, 27 de março de 2009

Outubro de Festa

Imaginem os dias: 10 e 11 de outubro
Agora o cenário: cidade maravilhosa
E não esqueçam dos anfitriões: ACervA Carioca

Então vocês já sabem que daí só pode sair coisa boa, comida ótima e bebida divina. E já sabem também que estamos falando do IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais.

O primeiro evento desse porte foi realizado no dia 17 de dezembro de 2006, com a ACervA ainda engatinhando (2 meses de vida). Tivemos 2 categorias: Livre e Pale Ale. 25 inscritos no total. 2 cervejeiros de fora da cidade, Rafael Tonera (Floripa-SC) e John Ditty (Campos - RJ). Foram 250 pessoas se divertindo num belo dia de sol.

Eles ( e outros jurados que não estão na foto) apostaram desde o início


O II Concurso também foi realizado pela ACervA pioneira, e o número de convidados dobrou. As inscrições passaram de 40 cervejas. Estilos Stout e Livre.

Paulo Schiavetto em ação


Com a criação de outras ACervAs, fez-se necessário fazer um rodízio de locais para o concurso, e a Mineira organizou o III.

Homenagem ao Tácilo

Por exceção, a ACervA Carioca vai sediar o evento deste ano, e pretendemos fazer uma bela festa, pois, além da Competição, estaremos comemorando 3 aninhos de pura travessura, já que nossa associação foi fundada em 10 de outubro de 2006, na mesa do Aconchego Carioca.

primeiro brinde


Os estilos serão American Brown ale, Witbier, Tradicional Bock e Livre.

Serão 2 dias de evento, nos moldes da festa argentina. O primeiro será um workshop, com a realização de várias palestras. O julgamento das seletivas das cervejas também será feito nesse dia. Já o segundo dia abrigará nossa festança, com a avaliação da final do concurso, divulgação dos resultados e muita, mas muita, diversão.

Programe já sua viagem pro RJ nesse feriado. Compre passagem, reserve hotel e se prepare para os melhores dias da sua vida!!

Brindes! ÀCervA!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ela Também quer ser FemAle



Na última quarta-feira, as FemAles cariocas deram um passo importante no projeto de investir no aprendizado e aprimoramento da degustação de cervejas. A mestre cervejeira Kátia Jorge, ex-Devassa e atual Gattopardo, ministrou para o grupo completo (Flavinha voltou!!) o curso "Sabor e Aroma de Cerveja". O encontro, na minha casa, foi o open house da cobertura para a FemAle... Pena que a chuva atrapalhou um pouco, mas ainda assim a gente compartilhou preciosas horas de muita informação e, como não poderia deixar de ser, risadas e diversão.


Kátia Jorge

A Kátia levou como ferramenta um kit francês chamado Les Arômes de la Bière, que tem potinhos com porções superconcentradas de aromas facilmente encontrados nos mais variados tipos de cerveja e capazes de acordar os mais destreinados narizes. Só dos efeitos do lúpulo na breja, sentimos cinco aromas: tradicional (o cheiro típico do lúpulo que a Flávia sempre identifica como mamão verde), resina (que lembra cânfora para mim), outra resina mais forte (mais puxada para óleo de motor, benzina, óleo de máquina de costura), geraniol (rosas) e gerânio (eucalipto).


Uhmmm cheirinho bom


Para quem não sabe, a análise sensorial começou a ser usada na 2ª Guerra Mundial com o objetivo de avaliar as marmitas que iam para os soldados. Como elas estavam estragando muito e prejudicando os bravos guerreiros, fez-se necessário elaborar um método de acompanhamento para medir a estabilidade dessa comida, a fim de saber exatamente quanto tempo ela duraria do momento em que deixava a cozinha até chegar aos famintos militares em avançados campos de batalha. No Brasil, a prática começou em meados da década de 50 para análise dos grãos de café. "O sabor é consequência da junção do gosto, que se dá na língua, no céu da boca e no nariz, com o aroma. O gosto também é influenciado pelo nariz!", afirma Kátia, há 23 anos na área.
Antigamente, a análise sensorial era feita de forma mais a complicada. Era preciso fazer com que a cerveja desenvolvesse os defeitos (por exemplo colocando-a à luz do sol para que desenvolvesse um cheirinho ruim de gambá), já que não havia produtos prontos para isso. Com o desenvolvimento da tecnologia, substâncias puderam ser acrescentadas às cervejas, mas apenas para cheirar, porque não eram de padrão alimentício. "Era uma ferramenta de controle de qualidade, não de desenvolvimento de produto, nem para saber o que o consumidor queria", conta Kátia. Há cerca de dez anos, surgiram as famosas cápsulas inglesas Flavour Active, que podem ser adicionadas à cerveja e experimentadas para um melhor treinamento da identificação tanto de aromas, quanto de sabores.

O início da análise é feito com os olhos, quando se percebe a cor, a transparência e a formação dos anéis de espuma . "Esse anel demonstra que a cerveja tem proteína e que realmente foi feita com maltes. Essa fração de proteína tem que existir e é produzida na mostura", explica.

Depois da avaliação visual, passa-se à língua. E chega a hora de começar a beber!


Talita fazendo graça... Daqui a pouco a gente abre cerveja até com a força do pensamento


- Quatro são os gostos sentidos na língua: doce (na pontinha), salgado (nas laterais), ácido (nas laterais posteriores, mas perto do fim da língua) e amargo (no final dela, já próximo à garganta).

- Os japoneses têm um quinto gosto básico, chamado Umami, que é do glutamato, um produto usado para potencializar o sabor dos outros alimentos

- Os gostos têm tempo de permanência diferentes na boca: o doce desaparece mais rápido (tem permanência de um segundo), seguido do salgado (2 segundos), do ácido (3 segundos) e do amargo (5 segundos). Um brinde aos lupulomaníacos !!! Mas, cuidado, com o armazenamento das IPAs, por exemplo, já que a intensidade do amargor diminui conforme a cerveja vai envelhecendo, ao contrário do adocicado, que aumenta.

- Alguns atributos de sabor não são aromas nem gosto e são sentidos pelo nervo trigêmeo. Um exemplo deles é aquela sensação na língua provocado pela carbonatação e também pela pimenta. É uma sensação de dor que afeta esse nervo trigêmeo.

- A degustação, promovida por empresas para testar produtos, podem ser feitas por qualquer tipo de pessoa e os leigos são muito bem-vindos, por serem isentos de preconceito.

- Quando o aroma lembrar cheiro de casca de fruta, significa que ele é oleoso e, portanto, é proveniente do lúpulo. Quando lembrar mais suco da fruta, o aroma vem da fermentação.

- Detalhe: antes de sentir o aroma, para se ter um primeiro impacto do que está lá, não se deve balançar o copo!

- A quantidade de espuma no copo, quando analisa-se apenas o aroma e sabor, como nós fizemos, pode ser de um dedo. No entanto, caso seja feita avaliação da aparência, a cerveja deve estar num copo de vidro (para que posa ser visualisada de forma correta a formação ou não dos anéis) e deve ter mais espuma (para que possa observar a persistência dela).

Tintin

Antes mesmo da degustação, sentimos um aroma de caramelo do potente kit da Kátia, que lembrava bala de mel, bem forte, mas que, logo em seguida, pareceu manteiga (Talita odiou, porque não gosta desse aroma típico de diacetil e Tatinha gostou). Essa informação, na verdade, me deixou bastante curiosa e surpresa. Sim, porque esse aroma da manteiga não é o defeito diacetil _ mas eu não gosto de qualquer jeito, ele é proveniente do caramelo. Ah, Tatinha também achou que tinha o cheiro de um tal sabonete do Ursinho Pooh _ vai entender... isso tudo antes de colocar um gole de álcool na boca.

As cervejas que escolhemos para degustar foram a Licher, La Trappe Blonde, Colorado Indica, Mistura Clássica Stout e Golden Pride. De cara, notamos que a primeira tem um clássico aroma de levedura que foi sentido por todas nós com muita clareza. Com o tempo, percebemos a banana e o cravo. A Kátia e seu nariz sentiram papelão, mas nós (ainda destreinadas) não conseguimos identificar.

Em seguida, veio a La Trappe Blonde, que estava metálica e mofada (validade era outubro de 2010). "Pano de chão molhado esquecido embolado. Uma pena", traduziu a Kátia. Flavinha sentiu posteriormente um aroma de mel. A Indica, deliciosa e equilibrada, foi mais um exemplo para sentir não apenas o aroma, mas o sabor do lúpulo, que persitiu no final da língua. Mistura Clássica Stout, onde identificamos caramelo (pra mim um pouco amanteigado que não me agrada) e o torrado do malte, e, por fim, a Golden Pride, onde identificamos um lúpulo mais cítrico e o doce do malte. Mas nessa hora, verdade seja dita, nós já estávamos com alguma dificuldade para sentir tudo o que a cerveja poderia oferecer.

A Kátia é uma boa companheira

Depois da aula, o papo continuou e as cervejas também. Abrimos as duas que sobraram do último encontro, já que a Flávia não tinha ido. Pouco depois, foi permitida a chegada do meu marido, que passou o tempo todo na sala morrendo de vontade de ser FemAle, haha.

Comemos belisquetes: carpaccio de carne com mostarda e alcaparras, salaminho e queijo parmesão. O pão foi toooodo embora durante a aula, rs. Tomamos cervejas Pilsen, durante o papinho que sucedeu o encontro.


O Tasso, coitado, passou o tempo inteiro na sala e ficou morrendo de inveja das meninas. Mas como marido bem treinado, depois levou uma deliciosa omelete de SETE ovos (eu vou denunciar: ele teva auxílio da batedeira!!!)

Talitinha abriu uma Red Ale em homenagem a Flavinha, que estava sumida, sumida

Conversamos mais um pouco e já era mais de uma hora da manhã quando as meninas foram embora. Foi mais um encontro delicioso, não tenham dúvidas.

Licher, La Trappe Blonde, Colorado Indica, Mistura Clássica Stout e Golden Pride foram degustadas. Em seguida, tomamos a Bohemia Oaken e a Strong Suffolk que havíamos guardado pra tomar com a Flávia. Na frente, a mega omelete do marido
Vem Kátia, vem ser FemAle também!
Ein Prosit!

terça-feira, 17 de março de 2009

Obrigada, Blogueiros!

Nós queríamos agradecer aos blogueiros Rodrigo Tozzi e Stela Patrocínio pela lembrança de homenagem no mês da mulher.

Quer conhecer um pouco mais sobre cada uma das FemAles Cariocas?

Então vai .

E não esquece depois de conferir o texto da Stela.

Um brinde com Othomania às pessoas que se importam suficientemente com cerveja a ponto de escrever sobre ela!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Cerveja Boa pra Carvalho

Ontem foi dia de folia. Fizemos a degustação da Bohemia Oaken, maturada com chips de carvalho, e da Strong Suffolk, mistura de cerveja nova com outra maturada por no mínimo 2 anos em barril de carvalho. Pra harmonizar, nada melhor do que um pão de malte recheado de linguiça cabresa, feito por FemAle.


Aproveitando, e como autênticas mulheres que somos, fizemos a primeira discussão de relação da FemAle.

Nessa DR discutimos tópicos como viagens a microcervejarias, ida a MG para o Encontro Anual FemAle/Confece (que deixamos pro segundo semestre por motivos de força maior), ingresso de novas FemAles, continuação da série Desbravando Bares, elaboração da nossa leva coletiva, dentre outros. Podemos dizer que a DR foi um sucesso e entre mortos e feridos salvaram-se todos.


Voltando à degustação, sentimos na Bohemia Oaken aroma de caramelo, toffee, um pouco licorosa. No sabor, só um pouquinho de madeira. Pouco corpo.
Eu a achei um pouco adstringente, mas as outras meninas não.
É uma cerveja fraca pro marketing que oferece, mas vale a pena ser degustada, principalmente quando se é um grupo de degustação.

Pra matar de vez a oaken, viemos com a Strong Suffolk Vintage Ale, cerveja com nome e sobrenome. A cor já é linda, com traços marcantes de rubi. Espuma bege. Aroma adocicado, caramelo, toffee e vinho do porto, este fortemente sentido por todas. No sabor, o verdadeiro e legítimo toffee, parecia que estávamos com aquela balinha quadradinha dos tempos de infância na boca. Amargor delicioso. Ótimo corpo. Sensação de calor marcante. Todas gostamos. Eu amei demais, mas nem todas as meninas a acharam tão maravilhosa. Sendo assim, nos livramos do estigma de Nelson Rodrigues, segundo o qual toda unanimidade é burra.

Por enquanto é só, amigos, mas semana que vem tem mais. 18 de março é dia de aula pra FemAle. E a professora é pra gatto nenhum botar defeito.

Brindes!

terça-feira, 10 de março de 2009

"Rosas" - Duda Bier


No último sábado, na Confraria do Marquês em Teresópolis, foi produzida a minha primeira cerveja. A “Rosas” da “Duda Bier”. Uma Red Ale com pétalas de rosas vermelhas e 6% de álcool. Após 3 meses de promessa, comprei os ingredientes e parti pro refinamento da receita, que já tinha sido elaborada desde dezembro. Pra garantir o sucesso da receita, contei com a ajuda do experiente Ricardo Rosa, que acompanhou todo o processo, com esclarecimentos e sugestões.

Maltes

Receita


Iniciamos o processo moendo os maltes Pilsen, Munich Type I, Caramunich Type I que foram selecionados para a produção da “Rosas”. Ao mesmo tempo aquecemos a água a temperatura de 70 graus.

Colocamos os maltes moídos na água para início da Brassagem, que é o cozimento do malte. A brassagem durou 80 minutos na temperatura de 68C a 65C. As pétalas da primeira rosa foram colocadas no final da brassagem.


Após a Brassagem iniciamos o processo de filtragem. Retiramos uma quantidade do líquido e recolocamos na panela com a intenção de fazer uma lavagem no mosto. Ao recolocar o líquido na panela é importante suavizar a queda do líquido para que não misture o mosto que está repousado na panela. Este processo se repete até que se alcance uma transparência no líquido.

Para iniciar a fervura, retiramos somente o líquido passando para outra panela. A fervura da “Rosas” durou 90 minutos. Durante esta fervura foram colocadas as pétalas de mais duas rosas e o lúpulo.




Com o final da fervura iniciamos o resfriamento. É colocado um chiller dentro da panela por onde passa uma água gelada. Quando o líquido chega a temperatura ambiente é passado para o galão, onde vai fermentar.



Chiller

Galão

Com a “Rosas” nos galões, acrescentamos o fermento e colocamos para fermentar à uma temperatura de 20C. Esta etapa deve durar 2 semanas. Ao final a “Rosas” será carbonatada nas garrafas por mais 2 semanas.


Fermentação
O processo de produção da “Rosas” durou aproximadamente 8 horas. Iniciamos as 15:30hs e finalizamos as 23:30hs. Lavar as panelas, limpar o local, jogar o resto do mosto fora também fizeram parte do processo. Cansativo mas gratificante. Agora é só esperar o resultado.
Prontos pra degustar a “Rosas”?

domingo, 8 de março de 2009

Parabéns, Confece!

Hoje, dia 08 de março, é aniversário de 2 anos da CONFECE, Confraria Feminina da Cerveja, fonte de inspiração inicial para o FemAle Carioca.

Por isso, prestamos essa singela homenagem, parabenizando as meninas da Confraria pelo sucesso de 2 anos de degustações. Bebemorem muito!

A FemAle está organizando uma viagem a MG para realizar o I Encontro Anual de Mulheres que Sabem Beber (acabei de inventar esse nome, ignorem).

Sempre ouço que é uma bobagem o dia internacional da mulher, mas, na verdade, é um marco da libertação de séculos de luta contra a opressão e segregação, que persistem até hoje. As mulheres não querem entrar no mundo masculino, e sim no mundo que é delas também, de todos. Pensem, homens, na surpresa de vocês ao se depararem com o nosso grupo. Matérias falando disso, entrevista pra blog. Se fosse um grupo masculino, seria tão surpreendente assim?

Bebamos hoje em homenagem à mulher. Parabéns, Confece! Parabéns, FemAle Carioca!

Nós no Beertaste

Um brinde com cerveja feita por mulher!

terça-feira, 3 de março de 2009

Revista Beer Life

Na atual edição da Beer Life saiu uma matéria excelente, com um assunto muitíssimo interessante, que vale a pena ser lido e relido, ou seja, matéria falando de nós, mulheres lindas que degustam cervejas especiais.

Créditos sejam dados à Maíra e ao Alfredo, jornalista e fotógrafo, que vieram ao Rio para participar da nossa degustação de Porter. A matéria está super fiel a tudo que dissemos.

Parabéns e um brinde à equipe Beer Life!